O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou em um entevista coletiva dada à TV Brasil na noite do último domingo (12) que o salário mínimo seria hoje de R$ 1.396,00 se os governos petistas não tivessem deixado o poder. Na visão de Marinho, a política de valorização do mínimo seguirá nos próximos anos e deve seguir o PIB dos anos anteriores.
Marinho foi ministro de Lula de 2005 a 2007. Segundo ele, a valorização do mínimo não gera inflação e um novo valor pode sair ainda em maio deste ano. "É possível que, a partir de maio, o salário mínimo tenha um novo reajuste este ano. Se houver espaço fiscal, nós anunciaremos um aumento a partir de 1º de maio", disse Marinho.
Confira a entrevista dada pelo ministro quando ele fala sobre o salário mínimo:
O governo Lula criou recentemente um grupo de trabalho por 45 dias, prorrogável por igual prazo, que será responsável por definir uma política permanente de valoração para o salário mínimo nos próximos anos. O despacho que criou o grupo de trabalho saiu no Diário Oficial da União de quinta-feira, 19/01.
Salário atual é de R$ 1.302
Ainda em dezembro de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro definiu o valor do salário mínimo de R$ 1.302,00 por meio de uma medida provisória. Na proposta de orçamento para 2023, a previsão era de R$ 6,8 bilhões adicionais para custear o reajuste.
No entanto, o valor foi insuficiente para elevar o mínimo para os R$ 1.320, como queria a equipe de transição após o novo governo tomar posse.
Marinho foi questionado sobre a manutenção dos valores de Bolsonaro para este ano, gerando um desconforto político, quando o ministro disse que, se fosse na gestão do ex-presidente, o salário mínimo seria somente de R$ 1.286, sofrendo apenas a variação da inflação medida pelo INPC (Índice de Preços no Consumidor) de 2022.
Reajuste ligado ao PIB
O ministro disse ainda que vai manter a política permanente de reajuste do salário mínimo ligado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país. A mesma teoria foi utilizada nos governos petistas de Lula e Dilma.
"Nós conseguimos mostrar que era possível controlar a inflação e crescer o salário mínimo. O grupo vai discutir [o reajuste], média do PIB dos últimos 3 anos, média dos últimos 2 anos, ainda não definimos. Eu vincularia a mesma fórmula que nós aplicamos lá atrás, com a média dos últimos 2 anos", disse Marinho.
Recentemente Lula disse que não "adianta o PIB crescer se ele não for distribuído. Porque se o PIB cresce e fica só com o dono da empresa, quem fez o PIB crescer não ganha nada que é o trabalhador brasileiro". Dessa forma, Lula reforçou que o mínimo ficará vinculado ao crescimento do PIB dos anos anteriores para definir os novos valores todos os anos.
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