A Petrobras anunciou que, a partir do próximo sábado, 1º de fevereiro, haverá um reajuste nos preços de venda do Diesel A para as distribuidoras. O valor médio passará dos R$ 3,50 para R$ 3,72 por litro, um aumento de R$ 0,22 por litro. Na bomba, o valor deve subir cerca de R$ 0,35, pois há efeito cascata.

Com a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para a composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será de R$ 3,20 por litro, representando um aumento de R$ 0,19 por litro de diesel B.

Esse é o primeiro reajuste no preço do diesel A desde 2023. O último aumento ocorreu em 21 de outubro de 2023. Com o novo reajuste, a Petrobras acumulou uma redução de R$ 0,77 por litro desde dezembro de 2022, equivalente a 17,1%.

Mudanças na tributação

A decisão sobre o reajuste também está relacionada à medida do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que determinou mudanças na tributação do etanol em outubro de 2024, com vigência a partir de fevereiro de 2025. O Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz) afirmou que "esses ajustes refletem o compromisso dos Estados em promover um sistema fiscal equilibrado, estável e transparente".

Embora os preços dos combustíveis sejam livres no Brasil, cabe aos postos decidir se repassam ou não os reajustes aos consumidores. No entanto, historicamente, os aumentos são repassados automaticamente, o que pode impactar o bolso dos consumidores.

Petrobras reduz GNV

Além do reajuste do diesel, a Petrobras também anunciou uma redução média de 1% nos preços de venda da molécula de gás natural para as distribuidoras, em comparação ao trimestre anterior. Os novos valores passam a vigorar em 1º de fevereiro.

Os contratos com as distribuidoras preveem ajustes trimestrais com base na variação do preço do petróleo Brent e da taxa de câmbio. Para o trimestre que começa em fevereiro de 2025, o Brent registrou queda de 6%, enquanto o câmbio sofreu uma depreciação de 5,3%, tornando o dólar mais caro em relação ao real.

A Petrobras também esclareceu que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo valor de venda da molécula, mas também por fatores como transporte até a distribuidora, portfólio de suprimento, margens das distribuidoras e tributos estaduais e federais. Além disso, as tarifas ao consumidor são aprovadas por agências reguladoras estaduais.

Defasagem nos preços e impacto na inflação

Apesar do aumento no diesel e da leve redução no gás natural, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) alerta para uma defasagem nos preços internos em relação ao mercado internacional, especialmente após a alta recente do dólar.

Segundo cálculos da Abicom, o diesel apresenta a maior defasagem, sendo vendido R$ 0,56 mais barato do que no exterior.

Essa defasagem ocorre devido à nova política de preços da Petrobras, que deixou de seguir a paridade internacional no início do governo Lula. O aumento do ICMS sobre os combustíveis pode pressionar ainda mais a inflação, que já vinha sentindo os impactos das altas anteriores.

Em 2024, os combustíveis registraram as seguintes variações:

  • Gasolina: +10,2%
  • Diesel: +3,41%
  • Etanol: +20,46%

O aumento no diesel é especialmente preocupante, pois pode gerar um efeito cascata, elevando os custos de transporte e impactando diversos setores da economia.

Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, no dia 29 de janeiro, um novo aumento da taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação. Agora, a Selic está em 13,25% ao ano, o que pode impactar o crescimento econômico.