A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou por unanimidade na tarde de terça-feira de 9 de novembro o Projeto de Lei 147/2021 que regulamenta o novo plano de carreira dos servidores públicos do Poder Judiciário/RS. Agora, o texto vai para sanção do Governador do Estado, Eduardo Leite, que tem prazo de 15 dias para sancionar ou vetar o projeto.
A votação foi marcada por tensão nas galerias lotadas por servidores do judiciário na Assembleia Legislativa. O deputado Mateus Wesp (PSDB) incluiu ainda uma emenda ao PL, também aprovada com 36 votos favoráveis e 16 contrários, que proíbe a instituição de novos benefícios aos servidores sem votação do texto na ALRS, além de diminuir a quantidade de servidores que poderão ter progressão na carreira todos os anos - o índice caiu de 50% para 20%. Ele alegou que isso trará economia aos cofres públicos e gera proteção orçamentária para os próximos anos.
Os demais itens do PL 147 foram preservados. O projeto foi analisado e debatido entre o Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Sindjus RS) junto a direção do TJRS já no ano passado e desde então vinha tramitando na Assembleia.
O coordenador geral do Sindjus esclareceu que o Sindicato trabalhou para atender todos os pleitos dos servidores, mas em decorrência do atual cenário econômico, nem todos os pontos solicitados puderam ser atendidos. Ainda assim, o plano é o mais satisfatório possível para os servidores que aguardavam há mais de 30 anos por um plano de carreira.
Projeto de Lei unifica cargos e muda escolaridade
Agora, carreiras do quadro de pessoal dos servidores efetivos e de cargos em comissão e funções gratificadas dos Poder Judiciário Estadual foram unificadas.
Assim, não haverá mais distinção entre cargos de provimento efetivo dos Serviços Auxiliares de 1º Grau e Serviços Auxiliares do Tribunal de Justiça (2º Grau), passando a compor um quadro único. Ainda, no projeto, há a criação e organização em carreira dos cargos de provimento efetivo, sendo:
- Analista do Poder Judiciário (classes A, B e C); nível superior;
- Técnico do Poder Judiciário (classes A, B e C); nível médio;
- Oficial de Justiça Estadual (classes A, B e C); nível superior em Direito;
- Analista de Tecnologia da Informação (classes A, B e C); nível superior;
- Técnico de Tecnologia da Informação (classes A, B e C). nível médio/técnico.
Alguns cargos serão extintos, como de Oficial Ajudante PJ-I, Auxiliar de Serviços Gerais PJ-B, Escrivão, Contador Judiciário, Distribuidor/Contador, Distribuidor e Médico Psiquiatra Judiciário. Estes serão extintos à medida que vagarem, mas ficarão vinculados às Comarcas e entrâncias em que foram criados.
Já outros serão agora transformados, como:
- Oficial Escrevente PJ-G-I e Técnico Judiciário classe A, que passarão a ser Técnico do Poder Judiciário;
- Administrador de Bando de Dados classe R; Analista de Sistemas, classes P, Q, R; e Analista de Suporte, classes P, Q, R, que serão Analista de Tecnologia da Informação;
- Programador, classes M, N e O; Técnico em Eletrônica, classes M, N e O; e Técnico em Informática, classes M, N e O, que serão Técnico de Tecnologia da
Informação; - Oficial de Justiça, PJ-H; Oficial de Justiça, classe O; e Oficial de Justiça da Infância e da Juventude, PJ-H, que serão Oficial de Justiça Estadual.
Oficial de Justiça
Um dos pontos mais discutidos foi o que alterou o requisito de ingresso no cargo de Oficial de Justiça Estadual, que até então exigia apenas nível médio. Agora, a função exigirá diploma específico de Bacharel em Direito.
Um concurso para 24 vagas no cargo de Oficial de Justiça já foi autorizado mas ainda não teve edital publicado. Com a alteração do requisito, provavelmente a administração do TJRS esperará a sanção do projeto de lei para exigir a graduação já no novo concurso.
A carreira era dividida entre as classes "O" para atuação no Tribunal em Porto Alegre e "PJ-H", para lotação nas Comarcas do Interior. O novo projeto unifica os cargos e Comarcas de lotação, agora sem entrâncias inicial, intermediária e final, como era até então.
Um projeto enviado no ano passado para a Assembleia Legislativa do Estado gerou polêmica ao tentar a extinção do cargo de Oficial Escrevente, promovendo uma greve da categoria. O PL foi rejeitado na Assembleia e então um novo formato de transformação nos cargos de Oficial Escrevente em Técnico Judiciário foi promovido.
Sobre o quantitativo total de cargos efetivos, o TJRS terá quase 5 mil servidores na carreira de Técnico de nível médio e outros 900 Analistas de nível superior. Confira:
Salários TJRS
O novo projeto aprovado mantém benefícios para a categoria dos Oficiais de Justiça, dentre os quais auxilio condução; gratificação de risco de vida; entre outros benefícios.
Veja como fica o quadro de vencimentos das carreiras no TJRS:
- Veja na íntegra o PL 147/2021 que alterou as carreiras do TJRS
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