A Polícia Civil de Pernambuco prendeu nesta quinta-feira, 20 de outubro, dentro de duas operações, suspeitos de integrar um esquema de fraude em concursos públicos realizados. No total, foram emitidos 11 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão nos estados de Pernambuco, Paraíba, Espírito Santo, Alagoas e Distrito Federal.
A Vara de Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária do Recife foram responsáveis por emitir as ordens judiciais. Além de fraude a concursos, as quadrilhas também são suspeitas de falsidade ideológica.
Conforme o delegado Diego Victor, adjunto da 1ª Delegacia de Repressão à Corrupção de Pernambuco, os presos são dois homens e uma mulher. Eles foram detidos em João Pessoa e encaminhados à Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.
Como funcionava a fraude
As investigações tiveram início em junho de 2018, como alvo pessoas que tinham envolvimento direto com a realização de provas e divulgação de gabaritos. Os criminosos são suspeitos de fraudar dois concursos que aconteceram em 2016, um da Polícia Civil e outro da Polícia Militar, ambos em Pernambuco. Está sendo examinado o uso de pontos eletrônicos, microcelulares, provas de concursos que liguem os acusados à realização dos certames.
O delegado Diego Victor comentou ainda que são duas operações desencadeadas ao mesmo tempo, com pessoas envolvidas nas duas. A Delegacia recebeu informações da Operação Gabarito, também de outros estados, conseguindo então, deflagar a operação.
A operação gabarito foi uma investigação de 2017, que desarticulou um grupo criminoso suspeito de fraudar quase cem concursos públicos em pelo menos 15 estados. Dentre esses concursos havia seleções federais, estaduais e municipais.
Entre os materiais apreendidos havia computadores, celulares, armas de fogo, munição e documentações dentro das ações denominadas Pitonisa e Múltipla Escolha. Segundo a PC-PE os objetos recolhidos foram levados para o Complexo de Operações Policiais, localizado em Ouro Preto, Olinda.
Durante a investigação, a Polícia Civil descobriu uma organização criminosa que era tratada como empresa pelos suspeitos envolvidos.
No total, o grupo fraudou concurso em ao menos 15 estados, aprovou mais de 500 pessoas e movimentou R$ 29 milhões em 12 anos de atuação, de acordo com a polícia. Os suspeitos de comandar o esquema eram dois policiais militares de Alagoas, conhecidos como irmãos Borges.
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