Anunciado no dia 5 de junho, o Programa Carro Popular do governo federal tinha como objetivo perdurar por cerca de 4 meses ou até que terminassem os recursos disponibilizados. No entanto, informações divulgadas na noite desse domingo, dia 18, dão conta de que 60% desses valores já foram solicitados.

Segundo os dados anunciados no lançamento do programa, seriam destinados R$ 700 milhões em créditos tributários para a venda de caminhões, R$ 500 milhões para carros e R$ 300 milhões para vans e ônibus.

No entanto, até esse fim de semana, os recursos solicitados pelas montadoras que aderiram ao programa de veículos populares já chegam a R$ 300 milhões, o que corresponde a cerca de 60% do teto disponível.

Diante disso, a previsão é de que um novo balanço sobre o programa seja divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), nessa segunda-feira, dia 19.

Créditos: Divulgação
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O programa vai acabar?

A resposta para essa pergunta, depende do que o governo vai anunciar nessa segunda-feira, dia 19, após esse balanço. Entretanto, se nada mudar, se os recursos para a produção de carros não forem elevados, por exemplo, o setor estima que a medida possa ser encerrada até o fim do mês de junho, com apenas um mês de vigência.

Nesse caso, quem conseguiu comprar seu veículo pelo programa conseguiu, e os demais terão que comprar pelos valores normais do mercado ou ainda esperar por uma nova decisão do governo federal.

Na última quinta-feira, dia 15, houve uma reunião ministerial a fim de apresentar os resultados do programa e segundo relatos divulgados pela Folha de S. Paulo, o presidente Lula teria brincado dizendo que era melhor avisar Fernando Haddad, ministro da Fazenda, que o programa seria prorrogado porque estava sendo um sucesso.

No entanto, oficialmente o governo negou a intenção de prorrogar a medida ou ampliar recursos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse à impresa que esse "não é o plano do governo".

Vale lembrar que para compensar a perda de arrecadação, Haddad explicou que o governo pretende reverter parcialmente a desoneração sobre o diesel que vigoraria até o fim do ano.

Dos R$ 0,35 de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) atualmente zerados, R$ 0,11 serão reonerados em setembro, depois da noventena, prazo de 90 dias determinado pela Constituição para o aumento de contribuições federais.

Nove montadoras aderiram

Até o fim da semana passada, 9 montadoras pediram adesão ao programa:

  • Renault
  • Volks
  • Toyota
  • Hyundai
  • Nissan
  • Honda
  • GM
  • Fiat
  • Peugeot

No total, 266 versões de 32 modelos foram colocadas à disposição dos consumidores com descontos que variam entre R$ 2 mil e R$ 8 mil.

A lista com os modelos e o valor do desconto pode ser conferida no site do MDIC. Ela é atualizada conforme indicação das montadoras pela inclusão de novos modelos.

A lista com os modelos e o valor do desconto pode ser conferida no site do ministério. Ela é atualizada na medida em que as montadoras pede a inclusão de novos modelos.

Ônibus e caminhões

No que se refere ao crédito para renovação da frota de ônibus e caminhões a situação ainda mais tranquila.

A isenção de tributação para caminhões foi solicitada por 10 montadoras, com volume total de R$ 100 milhões - o equivalente a 14% do teto de R$ 700 milhões em créditos tributários para o segmento.

As montadoras interessadas foram Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões.

Já no caso dos ônibus, nove fabricantes aderiram ao programa, são elas: Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare e Iveco.

Os recursos solicitados são R$ 90 milhões, ou 30% do teto disponível, que é de R$ 300 milhões.