A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, na última terça-feira (3), o reajuste de 5,25% no salário mínimo regional. A proposta, apresentada pelo governo estadual, beneficiará cerca de 1,2 milhão de trabalhadores CLT e teve 40 votos a favor e apenas três contrários.

Agora, o novo mínimo regional no RS será de R$ 1.656,52, bem acima dos R$ 1.412,00 do mínimo nacional.

Com a medida, que entrará em vigor já a partir de dezembro, os trabalhadores já deverão receber os novos valores no próximo contracheque. No entanto, o reajuste ainda depende da sanção do governador Eduardo Leite para começar a valer. Assim, os novos salários devem ser praticados a partir de janeiro de 2025.

Salário mínimo RS 2025 por faixa

O piso salarial regional no Rio Grande do Sul é dividido em cinco faixas, que variam conforme o setor de atuação do cargo. Veja como ficam os novos valores após o reajuste:

  • Primeira faixa: R$ 1.656,52 - inclui trabalhadores da agricultura, construção civil, empregados domésticos, entre outros.
  • Segunda faixa: R$ 1.694,66 - abrange trabalhadores da indústria do vestuário, calçados, saúde, telemarketing e limpeza, entre outros.
  • Terceira faixa: R$ 1.733,10 - destinada a empregados do comércio geral e das indústrias de alimentação e mobiliário, entre outros.
  • Quarta faixa: R$ 1.801,55 - contempla trabalhadores das indústrias metalúrgicas, gráficas, vigilantes e empregados de instituições de ensino, entre outros.
  • Quinta faixa: R$ 2.099,27 - voltada para técnicos de nível médio.

A aprovação do reajuste gerou debates intensos. Representantes sindicais e a oposição criticaram o percentual, argumentando que ele não é suficiente para repor as perdas acumuladas ao longo dos últimos anos. A bancada opositora sugeriu um aumento de 9%, que acabou rejeitado.

Para Guiomar Vidor, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o índice aprovado é insuficiente: "Esse reajuste não cobre a defasagem enfrentada pelo piso regional. Precisamos avançar mais para garantir o poder de compra dos trabalhadores".

O vice-governador Gabriel Souza defendeu a proposta do governo, afirmando que o reajuste de 5,25% é equilibrado e "atende as necessidades dos trabalhadores sem impor um peso excessivo aos empregadores. Estudamos um aumento maior, mas ele seria inviável no atual cenário econômico".

O salário mínimo regional é aplicado às categorias que não possuem acordos ou convenções coletivas, como empregados domésticos, do setor rural e alguns setores industriais. Ele funciona como um mecanismo de proteção e garantia de remuneração mínima.

Agora, o projeto segue para sanção do governador Eduardo Leite. Caso seja aprovado, o reajuste entrará em vigor no próximo mês no estado.