Faltando apenas passar por votação no Senado, a privatização dos Correios já é praticamente certa. E com toda essa movimentação no quadro da empresa, muitos ainda não sabem o que acontecerá com os 98 mil funcionários da estatal.
Demonstrações contábeis da empresa, apuradas pelo UOL recentemente, mostram que os funcionários têm salários entre R$ 1.327,00 (carteiros) e R$ 52.619,00 (presidente), de acordo com o cargo. O rendimento médio de um empregado dos Correios é atualmente de R$ 4.266,00.
A relação com os salários, não específica os benefícios de cada cargo, como vantagens, adicionais e etc. De acordo com os Correios, as remunerações de várias carreiras, considerando adicionais e funções salariais, são superiores às da iniciativa privada e de outras empresas públicas.
Tabela de salários nos Correios
Conforme o documento divulgado, os servidores dos Correios recebem os seguintes salários:
- Carteiro: R$ 1.757,48
- Presidente: R$ 52.619
- Diretores: R$ 45.847
- Conselheiro: R$ 4.496
- Comitê de auditoria: R$ 8.992
- Gerente de Logística Integrada nível 1: R$ 8.705,19
- Gerente de Logística Integrada nível 2: R$ 13.367,45
- Assistente Comercial: R$ 5.741,95
Nos últimos 10 anos os salários evoluíram juntamente com o salário-mínimo que teve um aumento de 104%. No mesmo período, a remuneração básica inicial de um carteiro, o cargo mais comum nos Correios, aumentou 117%, indo de R$ 807,29 para os atuais R$ 1.757,48.
Segundo o último acordo coletivo da categoria, um servidor de nível médio nos Correios recebe iniciais de R$ 1.803,17. Já para cargos de nível superior o inicial é de R$ 5.240,54. O plano de cargos prevê ainda 90 níveis salarias nas carreiras de nível médio e 60 níveis para cargos de ensino superior. Assim, para nível médio o salário pode chegar a R$ 9.538,41 no último nível; já para nível superior alcança R$ 20.790,35 - veja a tabela de salários no portal da transparência dos Correios
Privatização mexe nos salários?
O projeto de privatização aprovado pela Câmara ainda precisa passar no Senado. Ele estabelece que os atuais empregados não poderão ser demitidos sem justa causa por 18 meses, tendo assim uma estabilidade temporária.
Para os profissionais que já estão com estabilidade nesse período de um ano e meio, a probabilidade é de pouco impacto nos salários, pois já estão com os contratos definidos e a legislação não permite a redução de proventos. O futuro dos salários da companhia, para novos funcionários, ainda será estabelecido nas negociações da venda.
De acordo com o projeto aprovado, a empresa irá criar um Plano de Demissão Voluntária - PDV com período de adesão de 180 dias, contados após a privatização. Ao aderir, os funcionários terão direito a indenização correspondente a 12 meses de salário, plano de saúde por um ano e plano de requalificação profissional. Este novo PDV deverá desligar mais de 10 mil funcionários que já estão prestes a se aposentar.
Sindicato se movimenta no Senado
O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (FENTECT), José Rivaldo, juntamente com o presidente do SINTECT/RN, Shampoo Zen, se reúne com parlamentares para tentar barrar a privatização no Senado.
Em conversa com o Senador Jean Paul (PT/RN), estratégias de atuação estão sendo tomadas dentro do Senado Federal na luta contra a privatização. Durante a reunião, foi debatido sobre a importância dos Correios para a sociedade brasileira. O senador, que é o líder da Minoria no Senado, reafirmou o seu compromisso dentro do Parlamento para barrar o PL 591/21.
Concursos de 2011 e 2017
As últimas grandes seleções nos Correios aconteceram em 2011 e 2017. Em 2011, a seleção contou com um edital com 9.190 vagas distribuídas entre as carreiras de carteiro, atendente, operador de triagem e transbordo, analista de correios, médico do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho, técnico em segurança do trabalho, analista de saúde, engenheiro de segurança do trabalho e enfermeiro do trabalho, com salários que variavam entre R$ 1.003,57 e R$ 3.211,58, sem incluir os benefícios oferecidos pela instituição.
O certame foi organizado pelo Cespe/UnB, que organizou provas objetivas compostas de 120 questões, sendo 50 de conhecimentos básicos - divididas nos temas de língua portuguesa, inglês (para alguns cargos), informática e administração pública - e 70 de conhecimentos específicos - saiba mais. Veja como foi:
Já em 2017, foram apenas 88 vagas de níveis técnico e superior na área de saúde e segurança do trabalho. As oportunidades foram distribuídas da seguinte forma: 12 para Auxiliar de Enfermagem do Trabalho Júnior; 21 vagas para Técnico de Segurança do Trabalho Júnior; 2 vagas para Enfermeiro do Trabalho Júnior; 9 vagas para Engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior; 44 vagas para Médico do Trabalho Júnior. Os salários dos cargos variavam entre R$ 1.876,43 e R$ 4.903,05, além de benefícios.
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