Nos últimos anos, as plataformas de carros por aplicativo ganharam popularidade graças à facilidade e praticidade de chamar um veículo através do celular. Entretanto, uma prática conhecida como "UberKids" tem surgido, na qual pais e responsáveis contratam motoristas de aplicativos para transportar seus filhos para a escola, atividades extracurriculares ou qualquer outro lugar necessário.
Mas será que essa prática é permitida pelas empresas de aplicativos e pela legislação brasileira?
Um exemplo da Califórnia: HopSkipDrive
Nos Estados Unidos, especificamente na Califórnia, uma empresa chamada HopSkipDrive já oferece serviços de transporte de crianças. A empresa está planejando trazer esse serviço para o Brasil, com o objetivo de atender às necessidades de pais e mães que precisam transportar seus filhos para a escola, atividades esportivas, aulas de música, entre outros compromissos.
O serviço pode ser solicitado através de um aplicativo, com pelo menos 24 horas de antecedência, e é destinado a famílias que não têm babás, pais e mães responsáveis por mais de uma criança, ou pais divorciados.
É importante destacar que a HopSkipDrive realiza uma rigorosa verificação de antecedentes criminais, coleta impressões digitais, verifica os veículos e faz referências com o órgão de trânsito. Além disso, exige que os motoristas tenham experiência no cuidado com crianças.
Práticas irregulares no Brasil
No entanto, no Brasil, a prática conhecida como "UberKids" tem sido considerada ilegal. Em Florianópolis, por exemplo, houve denúncias de pais que estavam contratando motoristas de aplicativos para levar grupos de crianças para a escola em suas comunidades. Isso causou preocupação entre os profissionais de transporte escolar legalizados, que viram a concorrência desleal.
O "Uber Kids" é uma atividade que não está prevista na legislação de trânsito brasileira, que estabelece regras específicas para o transporte escolar.
A diferença do serviço dos EUA para o daqui é que aqui não há essa fiscalização mais severa sobre os motoristas dos apps, o que pode deixar as crianças em situações de vulnerabilidade. Mesmo que o motorista seja de confiança, pode acontecer de algum dia ele faltar por motivo de saúde ou outro, e no lugar dele alguma pessoa má-intencionada levar seu filho à escola.
O que diz a Legislação Brasileira
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece regras claras para o transporte escolar. Veja alguns dos principais pontos:
- Os veículos destinados ao transporte coletivo de escolares só podem circular com autorização dos órgãos de trânsito estaduais e do Distrito Federal;
- O condutor deve ter mais de 21 anos e ser habilitado na categoria D;
- É obrigatória a realização de inspeções semestrais nos veículos;
- Os veículos devem ser identificados com faixas amarelas e o termo "ESCOLAR";
- Deve haver cintos de segurança em número igual à lotação;
- Outros requisitos e equipamentos obrigatórios são estabelecidos pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito).
Portanto, de acordo com a legislação brasileira, o transporte de crianças por motoristas de aplicativos não está em conformidade com as regulamentações do transporte escolar.
Pais e responsáveis devem estar cientes dessas regras e evitar essa prática, que além de ilegal, pode expor as crianças a riscos e a falta de segurança.
Siga o Ache Concursos no G o o g l e News e receba alertas e as principais notícias sobre concursos, empregos, estágios, governo e benefícios sociais.
😕 Poxa, o que podemos melhorar?
😃 Boa, seu feedback foi enviado!
✋ Você já nos enviou um feedback para este texto.